Transformação Digital é sobre cultura
O ano era 2015, e o conceito da Indústria 4.0 começava a irromper no mundo todo como um conjunto de inovações tecnológicas acerca da coleta, manutenção e utilização de dados. O conceito foi ampliado para atender não apenas a indústria, mas também outros setores altamente dependentes de processos digitais (ou que tem a possibilidade de se tornarem digitais) e da troca de informações. A cultura da transformação por meios digitais avançava a passos largos.
Na época eu, ainda estudante da graduação, me interessei pelo tema e fui convidado a fazer parte de um grupo de estudos que surgia na PUCPR dedicado à auxiliar as empresas a entenderem melhor o conceito que se avizinhava e já trazia consigo resultados muito positivos.
Acreditávamos que a Transformação Digital era sobre tecnologia, estávamos errados.
Transformação Digital é, antes de tudo, uma transformação cultural.
Atualmente, consideramos três conceitos como pilares fundamentais da Transformação Digital:
- Potencial Humano
- Tecnologia
- Cultura Organizacional
O potencial humano ainda é um fator diferencial, e precisa ser considerado como denominador comum na equação da inovação disruptiva. Toda e qualquer inovação empresarial tem o dever de potencializar a capacidade humana de desenvolvimento e de produtividade, e portanto, deve ser direcionada a solucionar problemas inerentes ao exercício de atividades humanas. A tecnologia, fator crítico deste desenvolvimento, despertou imediatamente o interesse e a atenção dos players de mercado. Precisávamos conectar nossos processos. Precisávamos de gêmeos digitais nos informando sobre tudo que acontecia com nossos ativos físicos.
Mas a tecnologia, sozinha, não trouxe os resultados esperados.
Afinal, a ideia principal de ter a informação disponível é realizar tomadas de decisões mais assertivas baseadas nestes conjuntos de informação. Mas, para que possamos tomar mais decisões, é necessário mudar a maneira como as decisões são tomadas e como o trabalho da análise é desenvolvido. Ter mais informação disponível não significa, em um primeiro momento, que mais decisões assertivas serão tomadas.
De acordo com a Harvard Business Review, em pesquisa realizada meses antes da pandemia se consolidar, os riscos da transformação digital já eram a preocupação número um da direção das empresas, ainda assim mais de 70% das iniciativas de transformação digital não atingem suas metas e, enquanto US$ 1,3 trilhão são gastos em assuntos relacionados à TD, mais ou menos US$ 900 bilhões são desperdiçados ou não trazem os resultados esperados.
É aqui que entra a cultura.
A indústria de software desenvolveu, no início dos anos 2000, uma cultura altamente dependente de tecnologia e incrivelmente ágil e produtiva. O manifesto ágil (agilemanifesto.org) chegou para mudar a maneira pela qual os projetos e produtos eram desenvolvidos.
A documentação, extremamente importante no desenvolvimento de projetos, foi deixada em segundo plano. Afinal, em um ambiente onde tudo é registrado e salvo em bancos de dados, é possível entender o que foi realizado a partir de uma simples busca.
As reuniões intermináveis e sem objetividade foram substituídas por desenvolvimento acompanhado. Mão na massa e feedbacks rápidos. Pense, execute, valide e execute novamente.
A cultura ágil chegou para substituir a gestão tradicional de projetos, e a Transformação Digital desponta como grande aliada na adoção desta cultura. É potencial humano, é tecnologia e principalmente, é cultura.
A plataforma da Go44 é pensada não apenas para auxiliar na gestão da digitalização total dos processos de uma organização, mas também na adoção do desenvolvimento ágil dos projetos que envolvem a digitalização. Aquele grupo de estudos acadêmicos que surgiu lá em 2015 já validou muitas perspectivas e muitas teses sobre a Transformação Digital, está maior e pronto para auxiliar a sua empresa a desenvolver estes conceitos.
Conhecemos a sua dor!
Sobre o autor
Guilherme Louro Brezinski – Engenheiro de Controle e Automação formado pela UTFPR, mestre em Engenharia de Produção e Sistemas pela PUCPR e doutorando pelo mesmo programa. Trabalha com pesquisa e desenvolvimento da Indústria 4.0 e Transformação Digital desde 2015, e atualmente faz parte do time digital da Renault do Brasil, além de cuidar das operações estratégicas da Go44.